Crônicas

Não serão os robôs nem os chineses. Não serão os motoboys nem os muçulmanos. Serão as senhorinhas. Em breve, dominarão o mundo pela quantidade, elas são muitas e estão aumentando em número de forma nunca antes vista. E os senhorzinhos, por onde andam? Uns dizem que são poucos, duram menos, outros que estão em casa, em frente à tevê, vendo um jogo qualquer da segunda divisão do campeonato paulista com uma latinha de Itaipava na mão. Seja como for, não estão na rua, não ocupam os espaços públicos, e quem não ocupa o espaço, não conquista.

Elas estão por aí, em toda parte: nas praças, restaurantes, bancos, teatros, farmácias, academias, lojas e onde mais você possa imaginar. Não há limites. Quando abre-se a porta de um ônibus de viagem, quase sempre saltam muitas senhorinhas sorridentes, curiosas e falantes.  Você já viu como fica a praça Flávio Boianovski em Capão da Canoa no fim de tarde? Tomada de senhorinhas com suas cadeiras de praia. O retrato do futuro. Elas gostam de viajar e têm muitas amigas, muito mais do que tinham quando jovens, demonstram uma sede de interação social que parece insaciável. É mesmo um mistério como fazem tantas amizades. 

Mas como será o mundo quando, enfim, elas ditarem as regras do jogo? Difícil dizer. A julgar por virtudes comuns observadas, será alegre, prudente e ético. A julgar pelo ritmo em que vivem, a vida será mais lenta, sem pressa. Elas caminham devagar, dirigem devagar e conversam muito, ao menos por enquanto, não sabemos como serão as senhorinhas nativas da era digital. Tenhamos paciência. Pensando bem, essa pressa toda é por que mesmo?

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